segunda-feira, 1 de junho de 2009

INTERVENÇÃO DO ENGENHEIRO CLÍNICO NA ARQUITETURA E ENGENHARIA HOSPITALAR

Este trabalho é resultado do curso de Pós Graduação em Engenharia Clínica, realizado em 2005/2006, pela Fundação Faculdade de Ciências Médicas de Porto Alegre e Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.

A atuação dos engenheiros clínicos nos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde - EAS vem ocorrendo há muito tempo, no entanto, só com as pressões normativas legais e até acidentes relacionados a equipamentos médicos e instalações estes profissionais ganharam maior visibilidade nos dias atuais. Esta atuação vem sido fortalecida, pela visão mais moderna de um segmento médico que acredita nesta intervenção.
Entendemos também que o engenheiro clínico não deva unicamente se ater ao gerenciamento de tecnologia sem agregar a seus conhecimentos uma visão geral do complexo hospitalar tornando-se um elo de ligação entre os usuários e integrantes da gestão da saúde.
Segundo Lúcio Flávio Magalhães atualmente a engenharia clínica é feita somente em nível de especialização, mestrado e doutorado a rigor dizemos que a engenharia clínica é uma especialização da engenharia biomédica. No início o programa era oferecido somente a engenheiros, mas, hoje já é oferecido a vários profissionais da área tecnológica tais como: arquitetos e físicos.
O engenheiro clínico deve ter como base o conhecimento da Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária número 50 – RDC N° 50 – de 21 de fevereiro de 2002, que normatiza projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde.
No entanto não basta ao Engenheiro Clínico o conhecimento da RDC 50, sendo também importante o domínio da legislação vigente nos municípios (SMOV, Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária Etc...) bem como, àquelas dos Estados e da União. Atualmente assume papel de destaque o atendimento à questão AMBIENTAL.
A abordagem deste tema consubstancia-se pela atividade prática vivenciada pelos autores deste trabalho, posto que ambos participaram, recentemente, da constituição de um estabelecimento de saúde. Atuação esta desde o acompanhamento da edificação do prédio, até o seu completo aparelhamento.
Não houve a participação de um engenheiro clínico na equipe multidisciplinar.
Trazer elementos práticos desta experiência passou a ser a “vontade” dos autores deste trabalho.
Buscaremos reunir as múltiplas atividades que podem e devem ser desenvolvidas pelo Engenheiro Clínico, de tal forma a esclarecer a relevância de sua atuação neste processo.
Não nos propomos ao robustecimento específico do Engenheiro Clínico dentro do organograma funcional, mas por outro lado atestarmos que a sua ausência poderá trazer prejuízos significativos de ordem física-financeira ao processo.

O objetivo primordial deste trabalho é o de trazer elementos dos processos hospitalares, desde a sua construção física (edificação) até a instalação dos equipamentos e sua efetiva operação, vinculando-os ao profissional habilitado para a promoção dos referidos eventos. É também objetivo deste trabalho apresentar dados para o planejamento e implantação de um estabelecimento de saúde através de normas vigentes tendo como base a visão do profissional de engenharia clínica como meio de interligação e apoio aos demais profissionais envolvidos.